No contexto da crise do Leste
asiático e de outras crises, diz que o que é importante é a austeridade fiscal
e monetária. Preocupa-se mais com o impacte ao nível dos investidores
estrangeiros do que com a fuga de capitais de investidores nacionais. Pouco se
preocupa com o impacte na economia da agitação social e política gerada pelas
políticas adoptadas. Vou referir apenas um exemplo: em finais de 1997, muitos
de nós dissemos que as políticas de extrema austeridade que o FMI estava a
impor à Indonésia iriam, muito provavelmente, causar problemas reais de agitação
social numa sociedade que já tinha antecedentes desse tipo e que estava
etnicamente fragmentada. O FMI não prestou qualquer atenção a essas
advertências. Com efeito, fez ainda pior. Numa altura em que a taxa de
desemprego estava a aumentar acentuadamente — aumentou dez vezes — e os
salários reais estavam em queda (baixaram cerca de um terço) decidiu agravar a
situação, suspendendo os subsídios de alimentação e de combustíveis concedidos
às pessoas mais pobres. Foi deitar achas para uma fogueira que estava prestes a
deflagrar e que, efectivamente, deflagrou no dia seguinte. (Joseph Stiglitz ex-economista chefe do Banco
Mundial). Confira aqui. Imagem daqui
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