Quando o FMI decide ajudar um país,
despacha para lá uma "missão" de economistas. Esses economistas em
geral sabem pouco sobre o país em questão; muito provavelmente, sua experiência
directa será restrita aos hotéis de cinco estrelas e não se estenderá às
cidades. Eles trabalham duro, desfiando números e números até tarde da noite.
Mas a tarefa deles é impossível. Em poucos dias ou, no máximo, semanas,
precisam desenvolver um programa coerente e sensível às necessidades daquele
país. Desnecessário dizer que um pouquinho de econometria raramente fornece uma
perspectiva clara do desenvolvimento estratégico de uma nação inteira. Pior
ainda, o exercício econométrico nem sempre é muito bem feito. Os modelos
matemáticos empregados pelo FMI são frequentemente falhos ou desactualizados. Os
críticos acusam a instituição de adoptar uma abordagem do tipo "fábrica de
salsichas" para lidar com a economia. Sabe-se que as missões elaboram
rascunhos de seus relatórios antes das visitas. Já ouvi falar de um incidente
infeliz em que membros da missão copiaram grandes trechos do texto do relatório
de um país e transferiram-nos integralmente para outro. Teriam conseguido
ocultar a proeza, não fosse o facto de que o sistema de busca-e-troca do
processador de texto não funcionou direito, deixando o nome do país original em
alguns trechos do segundo relatório. Ops.(Joseph Stiglitz ex-economista chefe
do Banco Mundial. Confira aqui
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